Teu trampo não te define
Escrevo isso enquanto fumo mais do que devia e um horário em já deveria estar na cama. Mas eu simplesmente não consigo parar de pensar nisso. Sim, não vou corrigir gramática aqui.
Hoje eu estava ouvindo o primeiro ep. do podcast do @renzopro onde ele fez uma pergunta extremamente simples
O que você quer fazer?
Ao efeito disso, me tentei me colocar em algumas posições. A pergunta é simples e curta, mas ela é carregada de um sentimento introspectivo da parte de quem escuta. A pergunta pode parecer extremamente simples de ser respondida. MAAASSS, vamos parar por um minuto. Onde você está exatamente agora? Você está realmente feliz? O que você faz te satisfaz?
Apesar de existirem pessoas que vão responder, sim, a todas essas perguntas, algumas pessoas não. Isso me faz lembrar dos passos para alcançar paz de espírito em todas as decisões morais da sua vida.
Existem coisas que (Por Mario Sergio Cortella):
- Você pode fazer
- Você quer fazer
- Você deve fazer
Agora vamos pensar que tudo isso é uma grande permutação e negativas dentro de um mesmo argumento. Existem coisas que você quer, pode, mas não deve. Coisas que você não quer, mas deve e pode. Coisas que você deve, mas não quer e não pode. E a paz de espírito está no “Quero, posso e devo” Mas o caso que mais me incomoda é o seguinte:
Existem coisas que você não quer, mas deve e pode
Muitas vezes a gente se encontra em um relacionamento abusivo que parte desse princípio. ~aqui estou me referindo a todos os tipos ~ Mas queria especialmente falar sobre trabalho. E sim, minha adolescência punk rock nunca vai me deixar falar de maneira positiva sobre isso, mas bem vindos ao capitalismo…
Você já pensou no que você quer realmente fazer da sua vida? Se sua resposta não foi algo parecido com “deitar na rede sentindo a brisa do vento da manhã” você ainda não pensou o suficiente. Mas pra fazer isso, você possivelmente deveria ter uma forma de sustento e que rendesse o suficiente para que não precisasse mais trabalhar. Sim, você pode começar a colocar parte do seu salário e juntar seu primeiro milhão em renda fixa e alcançar a “tão sonhada independência financeira”. Tá… Vamos voltar a realidade. Se esse for realmente seu objetivo, fica outra pergunta:
Como você está traçando seu caminho em direção rumo a paz de espírito?
Nisso vem a questão do objetivo. Vi alguns vídeos sobre uma galera que vendeu brigadeiros na rua para poder viajar o mundo. É sutil dizer que a paz não estava na venda de brigadeiros? Era o objetivo.
Nesses últimos tempos, venho pensando bastante nisso. O que estou fazendo agora é um passo pra chegar onde eu quero ou estou somente estagnado? É tudo meio aquela música do Belchior “Viver é melhor que sonhar…”. E tem gente que se conforma em andar na direção contrária. A vida é meio paradoxal, não é mesmo? O grande problema que vejo em relação a isso é o sofrimento. Porque se você não vai em direção ao objetivo, você nunca vai chegar. Mas se você já sabe onde ir também tem sofrimento. Partindo do ponto em que o que você faz é exatamente o que você não quer fazer e não existe outra saída.
Com isso vem todo o caso de sofrer, mas jovem, pense bem. Não é a insatisfação com o presente que gera um futuro ruim. Acredito exatamente no contrário. Se tu tá na merda emocional, não existe nada mais gratificante do que trabalhar para sair disso. E quando digo “trabalho” não estou me referindo a emprego. Trace suas metas. O seu problema atual, o seu emprego atual, a vida que você leva hoje não te define. As metas mostram que isso é só uma fase, vai passar. (Meu terapeuta ficaria surpreso ao ler esse parágrafo).
E se eu não souber pra onde ir? Se eu não tiver metas? (Não, você não pode dobrar elas). Se você não souber, tem todo o tempo pra descobrir, claro que quanto antes melhor, mas como disse o mestre Samuka “De vagar e sem pausa”. No fundo, não importa muito se você vende brigadeiros, se você programa uma linguagem que você não gosta, se você atende 1000 telefonemas por dia. Isso não faz diferença. Isso não define seu “eu”, e outra, o horário comercial acaba (felizmente) e quando você volta pra casa, tem todo o tempo do mundo pra ser você mesmo. Você pode descobrir sorrindo e sem se cobrar tanto. No fundo as coisas não exigem tanta pressa de quem não sabe onde vai, mas quando descobrir, corra. Quanto antes você chegar, mais tempo vai sobrar pra ser feliz.
<3